Inadimplência

A inadimplência se constata pelo não cumprimento da obrigação, ou pelo não pagamento, até a data do vencimento, de um compromisso financeiro com um terceiro. Neste assunto, apresentaremos o comportamento da taxa de inadimplência, seu perfil e outros temas relacionados.

Assunto disponibilizado pela Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Nacional


Índice

Inadimplência de pessoa física e pessoa jurídica
Inadimplência do consumidor
Inadimplência das empresas
Inadimplência das grandes empresas
Inadimplência das micro e pequenas empresas

Referências


Inadimplência de pessoa física e jurídica

A inadimplência (crédito com mais de 90 dias de atraso) das operações do Sistema Financeiro Nacional, que vinha crescendo desde o final de 2014, apresentou sinais de reversão dessa tendência. O movimento de melhora observado nos últimos meses foi influenciado pelo aumento
dos montantes de reestruturações e renegociações, assim como pelo maior volume de baixas a prejuízo.[1]

Inadimplência do consumidor

Em termos regionais, considerando a série de dados ajustada sazonalmente, o índice de inadimplência avançou em todas as regiões, considerando o ano base 2008[2]. A região centro-oeste registrou maior índice de crescimento da inadimplência (106%). Com crescimento acima da média nacional (60,3%) também estão as regiões sul (91%) e norte (80%). Já as regiões nordeste (55%) e sudeste (49%) registraram crescimento médio no período inferior à média nacional
Em decorrência da Lei Estadual de São Paulo n° 15.659/2015, o processo de negativação dos consumidores inadimplentes foi alterado, dificultando novos registros e, por consequência, o efeito de inadimplência “oculta” no sistema financeiro.

Apesar de fatores macroeconômicos como inflação elevada, aumento do desemprego e redução da renda pressionarem negativamente o orçamento das famílias, esse quadro parece ser compensado pela a fraca atividade econômica, a cautela do consumidor e a diminuição do endividamento das famílias. Por esta razão, o quadro de inadimplência do consumidor permanece praticamente estável ao longo de 2016, perspectiva que deverá ser mantida até meados de 2017.

Inadimplência das empresas

A proporção de empresas inadimplentes em relação ao total das que tomaram crédito tem oscilado entre 3% e 4,5% [3]. As séries sobre inadimplência costumam apresentar sazonalidade, em geral, mais alta no primeiro quadrimestre e mais baixa no último quadrimestre de cada ano.
Não obstante a baixa taxa de inadimplência ao longo do período analisado, setembro/2015 registrou a maior taxa de inadimplência para o mês de setembro, desde o início da série. Em parte, isso deve-se às dificuldades de caixa das empresas, comum em períodos de retração da economia.
A análise da média móvel de 12 meses (m.m. 12) da variável inadimplência, indicador que reduz o efeito da sazonalidade, revela que havia uma tendência de queda da inadimplência até março/2015, passando a mostrar tendência de alta após esse período.

Inadimplência das grandes empresas

Com relação às grandes empresas, nota-se que a taxa de inadimplência mostrou acentuado crescimento ao longo do semestre.
A perspectiva é que a taxa continue a crescer nos próximos meses, em razão da percepção de risco das instituições financeiras em relação às pessoas jurídicas, bem como pelo estoque de operações com empresas em dificuldade financeira, com o volume de requerimentos de recuperação judicial atingindo o recorde histórico em 2016.[1]

Inadimplência das micro e pequenas empresas

A proporção de empresas inadimplentes (atraso em alguma parcela a pagar superior a 90 dias) em relação ao total das que tomaram crédito atingiu nível recorde em 2016 (8%)[3].
Em parte, isso deve-se às dificuldades de caixa das empresas, comum em períodos de retração da economia.

Referências

[1] Banco Central do Brasil.
[2] Boa Vista SCPC.
[3] Sebrae e Banco Central do Brasil.