IG – Vale do Sinos
A produção de couro acabado no Vale do Sinos é fruto de uma rica história e do encontro entre duas culturas, a gaúcha, baseada na pecuária, e a dos imigrantes alemães, sustentada pelo cultivo em pequenas propriedades e pelo artesanato. O Vale do Sinos é a mais antiga região de curtumes, sendo a primeira Indicação Geográfica de um produto industrial no Brasil, e de couro acabado no mundo.
Este assunto é de responsabilidade da Unidade de Inovação. 17 de Abril de 2018
Sobre a Indicação Geográfica
Na história da indústria brasileira, o segmento de curtumes se apresenta como um caso de extrema especificidade. O segmento surgiu em função da combinação de uma série de fatores que não se repetiram em nenhum outro lugar ou época no Brasil: o encontro de mão de obra especializada livre, referente aos imigrantes alemães chegados ao Brasil, com a demanda de mercado.
Analisando a composição profissional dos grupos de imigrantes, entre os que chegaram até 1830, 60% eram artífices, sendo que destes, o ramo dos tecidos (alfaiates e tecelões) foi o mais fortemente representado, seguido de perto pelo ramo de couros (sapateiros, curtidores, seleiros). Os artesãos alemães que tinham a sabedoria de trabalhar o couro foram os grandes responsáveis pelo início da atividade coureira na região, tendo o conhecimento como grande diferencial, o que transformou a região em referência internacional na produção de couro acabado.
O crescimento do número de curtumes foi ocasionado por condições muito específicas, propiciadas pelas guerras do século XIX, que permitiram a formação de uma região geográfica caracterizada pela produção de couro. Essa especificidade foi reforçada, no século XX, pela entrada da indústria calçadista no segmento de exportação – o que levou a indústria dos curtumes, seu principal fornecedor de insumos, a passar por um processo de aperfeiçoamento.
O território Vale do Sinos compreende o que era originalmente o município de São Leopoldo, berço da colonização alemã no Rio Grande do Sul, em 1824, e que ao longo dos anos foi desmembrado em diversos municípios, o que ocorreu em função da expansão das indústrias produtoras de couro.
Hoje, o território abrange 44 municípios e tornou-se uma referência na formação de mão de obra altamente especializada, resultado da implantação das escolas técnicas, centros de pesquisa e da inteligência setorial ali gerada.
O couro acabado, que recebe o registro da Indicação de Procedência do Vale do Sinos, é fruto de uma produção industrial altamente controlada, que obedece a normas rígidas de produção. Essas normas abrangem desde o recebimento e controle da matéria-prima até qualidade do produto final, passando pelos mais rígidos controles socioambientais. O couro acabado atende a diversas finalidades, como a fabricação de calçados, acessórios, vestuário, estofamento, dentre outros, e é caracterizado por tipos de couro produzidos e acabamento aplicado sobre o mesmo.
O grande benefício buscado pelas indústrias participantes do projeto de Indicação de Procedência do couro acabado do Vale do Sinos é diferenciar o couro acabado, através de um selo de origem que garante qualidade na produção e no produto final, buscando lhe agregar valor.
A implementação do regulamento de produção com referências em normas técnicas nacionais e internacionais possibilita às indústrias a otimização do processo, trazendo maior controle e gerando ganhos de produção e qualidade. Além disso, visa a proteção e a valorização do nome Vale do Sinos no mercado nacional e internacional.
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Dados Técnicos
Número: IG200702
Indicação Geográfica: Vale do Sinos
UF: Rio Grande do Sul
Requerente: Associação das Indústrias de Cortumes do Rio Grande do Sul
Produto: Couro acabado
Data do Registro: 19/05/2009
Delimitação: A zona de produção compreende os municípios delimitados pelos Conselhos Regionais de Desenvolvimento do Vale do Sinos, Paranhana/Encosta da Serra e Vale do Caí.
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