IG – Sapê do Norte
O beiju, tradicional iguaria quilombola produzida a partir da goma e da massa de mandioca, é um saber-fazer que passa de geração a geração, fabricado nos núcleos familiares, sendo considerado uma fonte de renda para os nativos e, principalmente, um símbolo de resistência e reafirmação da identidade.
Este assunto é de responsabilidade da Unidade de Inovação.24 de maio de 2025
Sobre a Indicação Geográfica 
O beiju do Sapê do Norte é fabricado desde, pelo menos, o século XIX, ainda no período escravista, quando comunidades quilombolas se estabeleceram na região dos municípios de Conceição da Barra e São Mateus, do estado do Espírito Santo. Este produto é o resultado da cultura com a história negra e camponesa dos quilombos capixabas, responsável por parte significativa da economia das famílias e a manutenção dos laços sociais e organização do trabalho.
O beiju resulta da inventividade da cultura quilombola que combina elementos sociais, a manutenção dos territórios e ambientes naturais e faz parte da sabedoria ancestral quilombola. Além disso, é um saber-fazer que passa de geração a geração, fabricado nos núcleos familiares sendo considerado uma fonte de renda para os nativos e, principalmente, um símbolo de resistência e reafirmação da identidade.
O plantio da mandioca utilizada para a produção do beiju é feito em período propício para o melhor desenvolvimento da safra, considerando a lua e fatores climáticos, como chuva e umidade. Após doze meses de cultivo, é realizada a colheita da mandioca.
O território da IG compreende as comunidades quilombolas do território de Sapê do Norte, abrangendo os limites político-administrativos dos municípios de São Mateus e Conceição da Barra, no estado do Espírito Santo.
O beiju é uma tradicional iguaria quilombola produzida a partir da goma e da massa de mandioca. Todas as etapas do processo produtivo do beiju do Sapê do Norte são trabalhadas pelos quilombolas, desde a preparação do terreno para o plantio da mandioca até a finalização do alimento, que pode ser enriquecido com outros produtos, como coco e amendoim. Após colhida, a mandioca é direcionada à casa de farinha, ou quitungo (como o espaço é chamado pelos nativos), para as etapas que consistem em descascar e ralar. São realizadas outras etapas específicas referentes à extração da massa da mandioca, ao descanso para a eliminação de toxinas, à manipulação da goma e polvilho, até finalmente, chegar ao processo de preparo do beiju. Assim, o beiju é direcionado para a chapa com o recheio de preferência, depois fechado e cortado.
Os canais de comercialização das famílias quilombolas fazedoras de beiju são os comércios locais, feiras e encomendas pessoais. Ademais, são realizados eventos para alavancar as vendas do alimento e captar novos clientes, inclusive turistas. Destaca-se o Festival do Beiju, evento de suma importância por abranger os aspectos artísticos, culturais e políticos. É realizado anualmente desde 2003, sendo reconhecido como o centro de produção do famoso beiju do Sapê do Norte, território que tem a cultura quilombola demarcada.
Associação das Produtoras Quilombolas de Beiju do Sapê do Norte – SAPÊ
Endereço: Av. Governador Jones dos Santos Neves, 33, Centro | Cidade: Conceição da Barra/ES | CEP: 29960-000
Telefone: +55 27 99940-0063 | E-mail: jucealflor@hotmail.com
Dados Técnicos
Número: BR402022000018-9
Indicação Geográfica: Sapê do Norte
UF: Espírito Santo
Requerente: Associação das Produtoras Quilombolas de Beiju do Sapê do Norte
Produto: Beiju
Data do Registro: 20/08/2024
Delimitação: Compreende as comunidades quilombolas do território de Sapê do Norte, abrangendo os limites político-administrativos dos municípios de São Mateus e Conceição da Barra, no estado do Espírito Santo.
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