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IG – Santa Catarina

Com uvas selecionadas e vinhedos localizados entre 900 e 1.400 metros acima do nível do mar, as vinícolas da Indicação Geográfica garantem alto padrão de produção. Entre seus produtos estão vinhos tintos, brancos e espumantes com características intensas e marcantes, próprias dos terrenos de altitude

Este assunto é de responsabilidade da Unidade de Inovação.17 de novembro de 2021


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Colheita em vinhedos na Região de Altitude de Santa Catarina (José Eduardo Bassetti)
Plantação (Luiz F. N. Vianna)
Videira (Mara Freire)
Colheita (Marcus Zill)
A neve e o inverno rigoroso nos vinhedos na Região de Altitude de Santa Catarina (Eliana Ribas Bassetti)
Representação gráfica

Sobre a Indicação Geográfica

A vitivinicultura de altitude em Santa Catarina teve início nos anos 1990, quando os primeiros experimentos com uvas da espécie Vitis vinífera L. na região serrana despertaram o interesse empresarial.

Desde então, diversas vinícolas foram instaladas ali. As características ambientais foram determinantes para transformar a região no mais significativo polo da vitivinicultura catarinense.

Após anos de investimentos e pesquisas, o estado conquistou espaço na produção de vinhos finos de qualidade. O Vale do Contestado e a Serra são as duas grandes regiões produtoras, onde o clima frio permite que as variedades de uva amadureçam de forma lenta e completa.

Essas características vêm sendo cada vez mais reconhecidas nos mercados nacional e internacional, inclusive com a obtenção de prêmios pela maior parte das vinícolas estabelecidas na área.

Ocupando integralmente a área de 29 municípios catarinenses, a Indicação Geográfica totaliza 19.676 km², valor que corresponde a 20% do território do estado de Santa Catarina.

Os vinhos produzidos na região possuem íntima relação com as especificidades do território, uma vez que áreas com altitudes acima de 850m apresentam características geoclimáticas que propiciam a maturação completa das uvas viníferas. Assim, o ciclo de desenvolvimento das videiras e dos frutos é afetado positivamente pelo solo e pelo clima locais.

Além disso, as uvas passam por um período de dormência induzido pelas baixas temperaturas do inverno, o que permite o desenvolvimento da produção vinícola de forma tradicional, similar àquela desenvolvida em regiões de clima temperado.

O verão ameno, seco e com amplitudes térmicas elevadas favorecem a concentração de aromas e sabores fundamentais para a qualidade dos vinhos finos.

Os vinhedos são cultivados, sobretudo, em altitudes que variam de 900 a 1.400 metros acima do nível do mar. Devido às temperaturas mais baixas, o ciclo vegetativo e reprodutivo da videira é mais longo, proporcionando maturação mais lenta das uvas para a produção de vinhos finos de qualidade. A altitude da região também favorece o armazenamento do vinho em barricas de madeira, sem que seja prejudicada a tipicidade da bebida.

Outra característica resultante do perfil climático da região é a elevada concentração de ácido málico, por vezes superiores às concentrações de ácido tartárico, devido à grande amplitude térmica, com noites bastante frias. As temperaturas amenas, principalmente durante a noite, deslocam o período de maturação para os meses de menor frequência e quantidade de precipitação pluviométrica, propiciando uvas com maior qualidade enológica.

As regiões produtoras de vinhos finos nas elevadas altitudes de Santa Catarina possuem vinhedos com variedades de Vitis vinifera L. (uma espécie de videira) destinadas exclusivamente à elaboração de vinhos de qualidade.

Entre as variedades cultivadas na região, estão: Aglianico, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Garganega, Gewurztraminer, Grecheto, Malbec, Marselan, Merlot, Montepulciano, Moscato Bianco, Moscato Giallo, Nero d’Avola, Petit Verdot, Pignolo, Pinot Noir, Rebo, Refosco dal Pedunco Rosso, Ribolla Gialla, Rondinela, Sangiovese, Sauvignon Blanc, Sémillon, Syrah, Touriga Nacional e Vermentino.

Os vinhos produzidos na Indicação Geográfica Santa Catarina são dos seguintes tipos:
– Vinho Fino e Vinho Nobre Tinto: são, em geral, vinhos de guarda, que estagiam e amadurecem em barricas de carvalho. Apresentam notas de frutas negras ou vermelhas (como morango framboesa, groselha e cereja), notas vegetais, de frutos em calda, como ameixa, além de notas de especiarias, tabaco e resina. Na avaliação gustativa, apresentam acidez equilibrada, são encorpados e com boa estrutura tânica.
– Vinho Fino e Vinho Nobre Branco: são, em sua maioria, vinhos brancos jovens, com visual amarelo palha claro, esverdeado, brilhante e límpido. No olfativo, boa intensidade e descritores de arruda, maracujá, frutas brancas, abacaxi, goiaba serrana, aspargos, pimentão, folha de tomate, pomelo e mineral. No gustativo, vinhos com boa intensidade, equilibrados, persistentes, acidez viva e corpo médio. Já os vinhos brancos de guarda, em geral, passam por barricas de carvalho e apresentam visual amarelo palha de média intensidade, com reflexos que variam de esverdeados a dourados, límpidos e brilhantes. No olfativo, são muito intensos e complexos, com descritores de abacaxi, flores brancas, flor de laranjeira, cítrico, maçã madura, baunilha, coco, amêndoas, manteiga, torrefação e especiarias. No gustativo, são vinhos bastante intensos, muito agradáveis, persistentes, longos, acidez agradável e equilibrada, corpo médio e complexo.
– Espumante Natural: elaborados pelos métodos charmat e tradicional. São utilizadas variedades brancas ou tintas, sendo elaborados espumantes brancos ou rosados, secos e meio-doces. Os espumantes apresentam olfativo com frutas brancas, cítrico, floral, pão torrado, maçã verde, amêndoas, nozes, levedura, favo de mel; aromas intensos e equilibrados, com destaque para os aromas terciários.
– Vinho Moscatel Espumante: vinhos com frescor, equilíbrio doce/ácido, aromas moscatéis típicos, com notas intensas de frutos tropicais (mamão) e florais, com volume intenso de boca.
Brandy: elaborados a partir da destilação de vinhos finos produzidos especificamente para esse fim. A destilação e a redestilação são realizadas em tradicional alambique de inox com serpentina de cobre. Nas duas etapas são separadas a “cabeça”, o “coração” e a “cauda”, sendo que apenas o coração das duas etapas de destilação é reservado. O resultado desse cuidadoso trabalho é armazenado em barris de carvalho por, no mínimo, seis anos, quando acontece o lento amadurecimento que lhe confere o aspecto acobreado e os aromas e sabores distintos.

Diversas vinícolas produzem vinhos nas regiões de altitude de Santa Catarina, com maior concentração no município de São Joaquim.

A capacidade de vinificação das vinícolas é bastante variável. As produções vão de 10 a 20 mil litros, nas vinícolas boutiques, a até 200 mil litros nas unidades tradicionais.

Vinhos de Altitude – Produtores e Associados de Santa Catarina
Endereço: Av. Ivo Silveira, 340 – sala 06 | Bairro: Jardim Minuano | Cidade: São Joaquim/SC | CEP: 88600-000
Telefone: +55 (49) 3233-4261 | Site: www.vinhodealtitude.com.br | E-mail: vinhodealtitude@vinhodealtitude.com.br

Dados Técnicos

Número: BR402020000008-6
Indicação Geográfica: Santa Catarina
UF: Santa Catarina
Requerente: Vinhos de Altitude – Produtores e Associados de Santa Catarina
Produto: Vinho fino, vinho nobre, vinho licoroso, espumante natural, vinho moscatel espumante e brandy
Data do Registro: 29/06/2021
Delimitação: A área geográfica abrange totalmente a extensão de 29 municípios de Santa Catarina, totalizando 19.676 km2 (20% do território catarinense). São eles: Água Doce, Anitápolis, Arroio Trinta, Bom Jardim da Serra, Bom Retiro, Brunópolis, Caçador, Campo Belo do Sul, Capão Alto, Cerro Negro, Curitibanos, Fraiburgo, Frei Rogério, Iomerê, Lages, Macieira, Painel, Pinheiro Preto, Rancho Queimado, Rio das Antas, Salto Veloso, São Joaquim, São José do Cerrito, Tangará, Treze Tílias, Urubici, Urupema, Vargem Bonita e Videira.

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