IG – Região Pedra Cinza
No noroeste do estado do Rio de Janeiro, a produção da Pedra Cinza é tradicional, iniciando-se na década de 1960, e continuando até os dias de hoje, sem interrupção, e com aumento da produção e de novos usos para esse formidável material.
Este assunto é de responsabilidade da Unidade de Inovação. 31 de Julho de 2018
Sobre a Indicação Geográfica
O início da atividade da extração de rochas na Região foi no município de Santo Antônio de Pádua, no final da década de 1950 e início da década de 1960, com a lavra dos milonito-gnaisses, que receberam, primeiramente, a denominação comercial de pedra Miracema, e, mais recentemente, de Pedra Cinza. Estas rochas, de coloração cinza e textura rugosa, eram comercializadas no formato de placas brutas, sem polimento, sob a denominação de placas de curral.
Na década de 1990, quando surgiram as primeiras serrarias, as placas brutas eram transformadas em pequenas placas denominadas “lajinhas”. Ao lado de outras rochas similares, estes produtos alavancaram a atividade mineral numa região hoje considerada Arranjo Produtivo Local de base mineral pelas instituições oficiais.
A área tradicional de exploração da Pedra Cinza ocorre na Serra do Bonfim, no município de Santo Antônio de Pádua, numa faixa formada com aproximadamente 22 km, que se estende por mais 60 km, até o município de Natividade, com uma segunda faixa entre os municípios de Laje do Muriaé e Varre-Sai. A pedra para revestimentos comercializada com o nome Pedra Cinza é extraída de um ou mais corpos rochosos de forma tabular, com espessura máxima de 70 metros e extensão da ordem de dezenas de quilômetros, encaixados em rochas do Complexo Juiz de Fora.
A Pedra Cinza apresenta coloração cinza devido à matriz fina da rocha, formada por biotita e hornblenda. A sua principal característica é a presença da forte foliação milonítica. Esta foliação é o produto de intensa deformação, com recristalização dos minerais e diminuição da granulometria original da rocha, isto é, sem fusão com a rocha. É ao longo da foliação milonítica presente na Pedra Cinza que a rocha é desplacada, produzindo o material que será cortado nas serrarias para a produção das lajes e chapas.
Durante a colisão de dois paleocontinentes, há 560 milhões de anos atrás, ocorreu o alojamento e cristalização do protólito da Pedra Cinza, na base de uma espessa zona de cisalhamento, no qual rochas como a Pedra Cinza, bem como as rochas encaixantes do Complexo Juiz de Fora e os paragnaisses associados à Megassequencia Andrelândia foram transformadas em gnaisses miloníticos por meio de processos metamórficos e deformacionais, responsáveis pela geração da mineralogia atual. Esses processos ocorreram a profundidades superiores a 27 km no interior da crosta terrestre, e temperaturas acima de 600° C.
As rochas de revestimento da Pedra Cinza trazem ao setor da mineração o desenvolvimento necessário, aliado à tecnologia para exploração, com a devida preservação do meio ambiente, na medida em que se aproveitam os resíduos. Tudo isso alinhado com benefícios socioeconômicos para a comunidade envolvida.
Sindicato de Extração e Aparelhamento de Gnaisses no Noroeste do Estado do Rio de Janeiro – SINDGNAISSES
Endereço: Av. Doutor Themístocles de Almeida, nº 314 | Cidade: Santo Antônio de Pádua/RJ | CEP:28.470-000
Telefone: +55 (22) 3853-1120 | Site: www.sindgnaisses.com | E-mail: sindgnaisses@sindgnaisses.com
Dados Técnicos
Número: IG201006
Indicação Geográfica: Região Pedra Cinza Rio de Janeiro
UF: Rio de Janeiro
Requerente: Sindicato de Extração e Aparelhamento de Gnaisses no Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Produto: Gnaisse milonítico de coloração cinza possuindo três variedades: “olho de pombo”, “pinta rosa” e “granito fino”. Nas pedreiras é feito o desplacamento da rocha em lajes brutas de 50x50x8cm. Nas serrarias estas lajes são beneficiadas produzindo as lajinhas comercializadas.
Data do Registro: 22/05/2012
Delimitação: Engloba parte dos municípios de Santo Antonio de Pádua, Miracema, Laje do Muriaé, Itaperuna, Porciúncula, Varre-Sai, Natividade, Cambuci, São José de Uba e Aperibé, com área aproximada de 2.700 km².
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