IG – Mamirauá
Manejo sustentável do pirarucu na região do médio Solimões, no Amazonas, salvou a espécie da extinção e ainda beneficiou milhares de pescadores e comunidades ribeirinhas
Este assunto é de responsabilidade da Unidade de Inovação.10 de dezembro de 2021
Sobre a Indicação Geográfica
O manejo do pirarucu é uma atividade secular desenvolvida por populações indígenas e ribeirinhas no Amazonas. No início do século 20, com o declínio da exploração da borracha, a pesca se tornou ainda mais importante como meio de subsistência.
Na década de 1970, porém, houve uma intensificação da exploração comercial do pirarucu. Sem controle, a espécie esteve bastante reduzida em rios e lagos da região, chegando a ficar ameaçada de extinção no local.
No início dos anos 2000, com o auxílio do Instituto Mamirauá, foi iniciado o manejo do pirarucu, que consiste em permitir uma cota anual de pesca do peixe. A partir daí, deu-se a multiplicação dos peixes e a melhoria na qualidade de vida e de renda das famílias envolvidas no manejo.
A área geográfica da Denominação de Origem do Pirarucu Manejado envolve trechos de nove municípios do Amazonas.
A área da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá tem 11.240 km² e está localizada na região do médio Solimões, a cerca de 600 km de Manaus.
O pirarucu manejado de Mamirauá possui características ou qualidades decorrentes do meio geográfico, incluindo fatores naturais e humanos.
Os fatores humanos dizem respeito a aspectos e regras do manejo sustentável do pirarucu, que envolvem boas práticas de pesca, abate, recepção e pré-beneficiamento. Esses cuidados influenciam significativamente na qualidade final do produto, contribuindo para o aumento da durabilidade da carne na prateleira.
Além disso, a relação tempo-temperatura no transporte do pescado entre o lago de pesca e o flutuante onde é feita a armazenagem interfere no aroma agradável do produto.
Há, ainda, uma forte relação entre os fatores naturais e as diversas características ou qualidades da carne do pirarucu. O alto índice de ômega 3 no pescado deve-se à dieta vasta e específica da área de várzea de Mamirauá.
No que diz respeito à sua pigmentação vermelha diferenciada, ela é adquirida pela ingestão de moluscos, principalmente da família Pomaceae, que, por sua vez, obtém tal pigmento ao se alimentarem de vegetais.
O manejo do pirarucu produzido por comunidades ribeirinhas na região de Mamirauá beneficia anualmente mais de mil pescadores e pescadoras envolvidos na atividade.
Dados de 2019 mostram que o manejo do pirarucu naquele ano incluiu 48 comunidades ribeirinhas, 3 colônias de pescadores, 1 associação de pescadores e 1 sindicato de pescadores, tendo obtido uma renda de R$ 2,5 milhões de reais.
Federação dos Manejadores e Manejadoras de Pirarucu de Mamirauá – FEMAPAM
Endereço: Rua Brasília, nº 197 | Bairro: Juruá | Cidade: Tefé/AM | CEP: 69552-215
Telefone: +55 (97) 3343-9776| Site: www.mamiraua.org.br | E-mail: tabatha.benitz@mamiraua.org.br
Dados Técnicos
Número: BR412020000009-0
Indicação Geográfica: Mamirauá
UF: Amazonas
Requerente: Federação dos Manejadores e Manejadoras de Pirarucu de Mamirauá – FEMAPA
Produto: Pirarucu manejado
Data do Registro: 13/07/2021
Delimitação: A área geográfica da Denominação de Origem do Pirarucu Manejado envolve trechos de nove municípios do Amazonas, sendo eles: Alvarães, Fonte Boa, Japurá, Juruá, Jutaí, Maraã, Tefé, Tonantins e Uarini.
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