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IG – Caparaó

Altitude, clima de montanha e impossibilidade de mecanização da produção fazem do café Coffea arabica produzido na região do Caparaó um produto único, com fragrância e aroma complexos e com sabor suave e doce.

Este assunto é de responsabilidade da Unidade de Inovação.17 de novembro de 2021


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Sementes de café
Sementes de café
Plantação
Vista da região
Colheita
Representação gráfica

Sobre a Indicação Geográfica

A cafeicultura faz parte da história das famílias dos agricultores. Em ciclos que se retroalimentam, os filhos nascem em meio a esse cenário e crescem tomando para si a condição de produtores de café, ultrapassando a questão da condição econômica. Contudo, embora essa seja uma tradição, somente após a ocupação das áreas menos acidentadas é que foi iniciada a cafeicultura de montanha, característica marcante do Caparaó.

A jornada até o reconhecimento da qualidade do café produzido ali não foi curta. Durante décadas, o café do Caparaó sofreu com deságios nos preços por ter sua bebida classificada como sendo de paladar inferior. A mudança nessa percepção só aconteceu quando os próprios produtores passaram a reconhecer, e acreditar, na qualidade dos grãos que produziam.

Foi assim que, a partir de 2010, os cafeicultores da região começaram a participar, e a ganhar, vários concursos que reconhecem a produção de cafés de alta qualidade, ao mesmo tempo em que estimulam as melhores práticas agrícolas e a sustentabilidade. Desde então, o café do Caparaó vem ganhando, cada vez mais, o reconhecimento nacional e internacional como um produto diferenciado.

A região do Caparaó está localizada na divisa entre o Espírito Santo e Minas Gerais, área caracterizada pelo bioma da mata atlântica e com relevo montanhoso. Sua área total é de 4.754,63 km² e contempla 16 municípios, sendo dez no Espírito Santo e seis em Minas Gerais.

A topografia é um dos fatores naturais de maior relevância para o estabelecimento da cafeicultura da espécie Coffea arabica, pois as condições microclimáticas do Caparaó se aproximam daquelas encontradas entre 1.500 e 2.400m de altitude na zona temperada da Etiópia, origem dessa espécie de café. Além disso, o terreno montanhoso impossibilita a mecanização do processo produtivo, prática comum em outras regiões brasileiras que desenvolvem a cafeicultura.

Em síntese, o café do Caparaó é resultado da combinação de fatores naturais e humanos existentes na região. Entre os fatores naturais, destacam-se:
– Altitude das lavouras, em sua maioria situadas a partir de 800m a nível do mar.
– Relevo montanhoso que impede a mecanização.
– Pluviosidade média anual entre 1.200 e 1.600mm.
– Temperatura média anual entre 19 e 22° Celsius.
– Preferência pelas faces ensolaradas para a implantação das lavouras.
– Solos férteis e com teores de matéria orgânica elevados.
– Propriedades com boa cobertura florestal ou vizinhas do Parque Nacional do Caparaó.

Entre os fatores humanos, há que se destacar:
– Integração das orientações de assistência técnica com conhecimentos empíricos passados há décadas de pai para filho.
– Escolha de variedades de café adequadas a cada localidade.
– Separação das lavouras em talhões identificados.
– Colheita e pós-colheita realizadas por lotes de café.
– Ocorrência de muitas floradas em uma mesma safra, permitindo a colheita apenas dos frutos maduros.
– A busca crescente pela análise sensorial do café por parte do cafeicultor.

A Indicação Geográfica Caparaó comercializa café da espécie Coffea arabica em grãos verdes (café cru), industrializado na condição de torrado e/ou torrado e moído.

Por influência de fatores naturais e humanos, o café produzido na região apresenta as seguintes características:
– Fragrância e aroma muito complexos, com notas de chocolate, caramelo, melaço de cana, açúcar mascavo, rapadura, mel, frutas amarelas (como nêspera, cajá, manga e pêssego), especiarias doces e picantes, baunilha, castanha, amêndoas e floral de rosas ou jasmim.
– Sabor suave e muito doce (sempre aparece melaço e/ou caramelo), com finalização prolongada.
– Acidez delicada e cítrica de laranja.
– Corpo variando de sedoso a cremoso, com a ocorrência de corpo licoroso ligado a fermentações espontâneas que, inclusive, podem conferir ao café sabor alcoólico de conhaque ou vinhoso.

A Associação de Produtores de Cafés Especiais do Caparaó – APEC tem como objetivo promover e incentivar a qualidade da produção na região. Para isso, estimula, entre seus associados, a introdução de melhorias nas instalações; busca apoio para a realização de consultorias, assessorias e auditorias nas propriedades e empreendimentos dos seus associados; organiza compras coletivas referentes às atividades de cafés; desenvolve ações que promovam a organização, a preservação e a sustentabilidade da região; e incentiva ações culturais e eventos relacionados ao universo dos cafés especiais do Caparaó.

Além disso, a APEC atua em frentes como assistência técnica e análise da qualidade do café para produtores que encontram-se em processo de reconhecimento de Indicação Geográfica e oferece atividades de capacitação em temas como gestão, organização social, produção de cafés especiais, desenvolvimento sustentável, preservação da natureza e produção limpa.

Associação de Produtores de Cafés Especiais do Caparaó – APEC
Endereço: Estrada Parque, Km 1,5 | Cidade: Dores do Rio Preto/ES | CEP: 29580-000
Telefone: +55 (28) 3552-1102 | Página oficial: www.instagram.com/do_caparao/ | E-mail: apec.caparao@gmail.com

Dados Técnicos

Número: BR412019000005-0
Indicação Geográfica: Caparaó
UF: Espírito Santo
Requerente: Associação de Produtores de Cafés Especiais do Caparaó – APEC
Produto: Café da espécie Coffea arabica em grãos verdes (café cru), industrializado na condição de torrado e/ou torrado e moído.
Data do Registro: 02/02/2021
Delimitação: Localizada na divisa entre o Espírito Santo e Minas Gerais, a área abrange as imediações do Parque Nacional do Caparaó. Com 4.754,63 km² de extensão, o território é composto pela totalidade da área de 16 municípios, sendo dez no Espírito Santo e seis em Minas Gerais. No Espírito Santo: Dores do Rio Preto, Divino de São Lourenço, Guaçuí, Alegre, Muniz Freire, Ibitirama, Iúna, Irupi, Ibatiba e São José do Calçado. Em Minas Gerais: Espera Feliz, Caparaó, Alto Caparaó, Manhumirim, Alto Jequitibá e Martins Soares.

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